Volta Grande do Xingu, um pedaço da Amazônia Legal

A criação da Eletrobras em 1962 implementou uma política centralizada de expansão e planejamento do Setor Elétrico Brasileiro (SEB), com o objetivo de ampliar a capacidade de geração e a interligação do sistema. Desde então, inicia-se uma série de estudos para aproveitamento hidroelétrico do Brasil, incluindo as bacias hidrográficas da Amazônia Legal.

Durante o governo Médici (1969-1974) foi criada a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A - Eletronorte, em 20 de junho de 1973. Dois anos depois, a Eletronorte iniciou o primeiro mapeamento do rio e o projeto de localização de barramentos pelo Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores (CNEC).

Finalizado em 1979, os resultados deste trabalho foram apresentados no relatório intitulado Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do rio Xingu, divididos em seis volumes. O inventário apresentava duas alternativas para a exploração hidrelétrica do rio Xingu e do rio Iriri. A “Alternativa A” possuía um complexo com seis usinas compostas pelos aproveitamentos de Kararaô, Babaquara, lriri, Ipixuna, Kokraimoro e Jarina, com capacidade instalada de 20.375 MW e inundaria uma área de 18.300 km². Já a “Alternativa B” incluía sete aproveitamentos com Kararaô, Babaquara, Carajari, Iriri, Carajás, Kayapo e Gorotire com uma capacidade para 20.617 MW, inundando uma área de 17.840 km2. As duas possibilidades para a exploração da hidreletricidade na bacia do rio Xingu previam o alagamento parcial de terras ocupadas por comunidades indígenas, afetando diretamente cerca de 500 indígenas das etnias Kararô, Koatinema, Arawetê, Kokraimoro, Araras e Juruna.

Os estudos também traziam um detalhamento sobre a possibilidade de aproveitamento único para Babaquara, e para o Complexo de Babaquara e Kararaô, que resultariam em capacidades instaladas entre 11.757 MW e 14.655 MW.

Em março de 1988 o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) aprovou o relatório abrindo caminho para os estudos de viabilidade.

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Equipe que participou do inventário do rio Xingu. Anos 1970.
Levantamento Topográfico. 1977.
Aeroporto de Altamira no final da década de 1970. Anos 1970.
Rio Xingu na cidade de Altamira. Sem data.